sábado, 11 de dezembro de 2010

FORNO SOLAR








Nesse último feriado (08-12) construimos aqui em casa um forno solar com materiais reciclados como papelão, chapa metálica, papel reciclado pinicado, cabos de vassoura, plástico, além de outros como cola branca, papel paraná, papel alumínio, tinta preta e tesoura.

Primeiro: deve-se fazer duas caixas de forma que uma caiba dentro da outra com um recuo de pelomenos 8 cm.




Segundo: Aplicar papel aluminio nas faces internas da caixa menor. Importante começar pelas extremidades e depois ir parao centro.




Terceiro: Fazer uma base com papelão para manter as duas caixas separadas e depois preencher com isolante (no nosso caso, papel).









Quarto: Fazer a tampa (Aqui fizemos com cabos de vassoura e plastico).





Quinta: Encaixar uma caixa na outra e, se quiser, cobrir (Aqui cobrimos com papel paraná).




Quinto: Colocar a chapa metálica pintada de preto, tampar e levar ao Sol.






Se quiser, você pode também fazer habas para melhorar o desempenho.





Abraço e paz.


P.S.: Obrigado Ewir pelo ensinamento e a tecnologia. Felicidades e paz a você.
Pessoal o Ewir trabalha com forno solar há anos e ensina comunidades essa tecnologia.

Ewir Serra Caldas (ewircaldas2@yahoo.com.br)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Eu vou de BIKE!



Porque incentivar o uso da bicicleta em Teresina?

Teresina é uma cidade que apresenta clima tropical sub-úmido, caracterizada principalmente pelo clima quente e úmido do primeiro semestre, com fortes chuvas e precipitações, e quente e seco no segundo semestre, com mínimas precipitações, elevadas temperaturas e baixa umidade relativa do ar.
Essas condições, críticas principalmente no segundo semestre, afetam bastante a vida dos teresinenses, que sofrem com a forte sensação térmica do calor e baixa umidade no dia a dia, assim dificultando a escolha entre um veículo mecânico automotivo, com ar-condicionado, proteção contra a chuva, assentos confortáveis, som, entre outras vantagens, e um transporte público, geralmente lotado e com assentos desconfortáveis, ou uma bicicleta, com assento às vezes desconfortável para percorrer longas distâncias e sem proteção contra o calor e chuvas, além do fato de não haver ciclovias de qualidade na cidade. Mas as coisas não são tão simples assim!
Em Teresina o consumo de carros cresce 7,8% ao ano e de motos, 18,7% enquanto a taxa de crescimento populacional é de 1,2%, por tanto estamos em um processo de saturação no transito pelo mar de carros cada vez maior nas ruas da cidade e isso já é sentido atualmente pelos cidadãos. Não importa as ações para melhorar o transito investindo em espaço para os carros privados, pois esse veículo é inviável para as cidades e esse caos real, mundialmente falando, é o principal incentivo ao transporte sustentável urbano, que tem como principais representantes o metrô e a bicicleta, essa última bem mais viável e econômica para o cidadão e administradores urbanos.



Os carros necessitam de um espaço muito maior para se locomover e como resultado temos seu domínio nas vias urbanas e a exclusão dos pedestres, ruas alargadas e calçadas cada vez menores e a solução para o transito não chega. A solução não é por aí!
Em carros privados consegui-se locar 2.000 pessoas em 3,5 m², já em trens esse número aumenta para 22.000 pessoas na mesma metragem e de bicicleta, em torno de 10.000pessoas, uma economia de espaço considerável.
O investimento em uma cidade com bicicletas e pedestres garante maior eficiência na prestação de serviço e diminuição dos espaços desta, conseqüentemente, economia nas instalações de água, esgoto, energia, etc., melhor aproveitamento dos espaços edificados, maior segurança pela diminuição da velocidade dos veículos nas vias urbanas, retomada dos espaços públicos pelas pessoas pela menor necessidade de espaço para locomoção e potencialização das relações comunitárias. Só benefícios!






Outras questões importantes do investimento em bicicletas urbanas é a viabilidade econômica. Por exemplo, uma pesquisa realizada na Europa afirmou que um consumidor com carro privado gasta 78 euros em produtos (indo uma vez), já um consumidor com bicicleta compra 33 euros em produtos por causa do pequeno espaço disponível no veículo, mas esse último vai à loja mais de uma vez e acaba comprando mais produtos que o consumidor usando carro. A pesquisa também afirma que um pedestre consome 31 euros, mas também vai mais de uma vez. Nesse sentido o Rio de Janeiro é uma das cidades brasileiras que já possui normatização para implantação de bicicletódromos nos shoppings. É uma questão de visão de futuro, mobilidade eficiente, recuperação do senso de comunidade e conceito de cidade sustentável de pequenas distâncias.





Assim percebe-se que o fato de usar bicicleta nas cidades é mais que uma questão de saúde, pois uma cidade com muitos ciclistas possui cidadãos mais saudáveis e investe menos com a saúde pública, mas um fator de transformação urbana, quebrando o sistema tradicional de mobilidade e fazendo surgir um sistema de mobilidade sustentável priorizando o ciclista e o pedestre, por tanto, os “menos favorecidos” nos espaços públicos. E em Teresina, que é uma cidade predominantemente plana, e partindo do fato de que em quase todos edifícios para os quais nos locomovemos existe algum meio de climatização, facilitando o equilíbrio térmico corporal em pouquíssimo tempo, o uso de bicicleta como meio de locomoção no dia-a-dia é perfeitamente viável e o conseqüente crescente investimento em ciclovias de qualidade, arborização urbana e espaços para a bicicleta, equilibra a balança e torna mais complexa a escolha: “Quero uma cidade para poucos, para muitos ou para todos?”, ou seja, “Vou de carro, de ônibus ou de bicicleta?”

Pense um pouco.




sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O que é Permacultura?



A Permacultura foi desenvolvida no início dos anos 1970 na Austrália por Bill Mollison e David Holmgren, unindo culturas ancestrais sobreviventes com os conhecimentos da ciência moderna.
A palavra originou-se da expressão “permanent agriculture“, porém hoje, devido a sua maior abrangência, a expressão inicial “agricultura permanente” foi substituída por “cultura permanente”.
Permacultura é um sistema de design para a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza.
- Bill Mollison
A permacultura não se enquadra em nenhuma disciplina acadêmica, sendo na prática um arcabouço de conhecimento transdiciplinar, abrangendo desde agricultura, arquitetura, ciências naturais, economia solidária, etc.
A Permacultura trata de elementos como plantas, animais, edificações e infra-estruturas (água, energia, comunicações), bem como, dos relacionamentos que podemos criar entre eles conforme sua composição em um terreno.

a) ÉTICA DA PERMACULTURA
b) FILOSOFIA DA PERMACULTURA
c) DESIGN PERMACULTURAL


ÉTICA DA PERMACULTURA

A ética da permacultura é baseada em três princípios simples e poderosos onde a palavra chave é o cuidado.
Depois de termos conquistado toda a Terra, a preço de pesado estresse da biosfera, é urgente e urgentíssimo que cuidemos do que restou e regeneremos o vulnerado. Desta vez ou cuidamos ou vamos ao encontro do pior. Daí urge passar do paradigma da conquista ao paradigma do cuidado.

Princípios éticos da permacultura

Cuidar da Terra fala do respeito a todas as coisas do planeta, sejam estas vivas ou não. É permitir e incentivar que todos os sistemas vivos possam continuar e se multiplicar.
Cuidando dos ecossistemas, das espécies, das águas, dos solos e da atmosfera em todos os momentos de nossa vida, teremos assim um mundo mais saudável por mais tempo. Esse cuidado, esse respeito deve se refletir em nossa rotina diária, com decisães responsáveis. Que são atitudes que valorizam a vida, usando recursos de forma adequada não apelando ao consumismo exagerado e ao desperdício.

Cuidar das Pessoas é importantíssimo, pois apesar da espécie humana não ser a mais populosa do planeta, é a que mais causa danos e mais rapidamente. Portanto, se ao cuidarmos das pessoas, conseguirmos que todas recebam o básico para suas vidas, teremos um planeta com mais chances de se tornar sustentável. Essas necessidades básicas podem ser abrigo, alimento, tratamento de resíduos, educação, trabalho e relaçoes humanas saudáveis.

Partilhar os excedentes e definir limites para o consumo e reprodução são atitudes que estão ligadas ao primeiro e segundo princípios.
No caso da reprodução humana, este princípio nos coloca o desafio da paternidade responsável. E extende-se à reprodução de animais para consumo, que hoje está além do que o planeta pode suportar.
Partilhar os excedentes significa redistribuir os recursos que temos além de nossas necessidades, como alimento, dinheiro, tempo, etc… e compartilhar recursos como máquinas e ferramentas de forma cooperativa. Sempre priorizando o fluxo em vez do acúmulo.
Definir limites para o consumo é a base do consumo responsável.




FILOSOFIA DA PERMACULTURA

• Trabalhar com a natureza, não contra (diminui o esforço);
• Observar atentamente a natureza e transferir para o cotidiano (A linguagem dos padrões);
• Cooperar em vez de competir e integrar em vez de fragmentar;
• Pensar a longo prazo, sobre as consequências de nossas ações;
• Onde possível, utilizar espécies nativas da área, ou aquelas adaptadas sabidamente benéficas;
• Cultivar a menor área de terra possível. Planejar sistemas intensivos, eficientes em energia e em pequena escala;
• Praticar a diversidade policultural (garante a estabilidade);
• Reflorestar a terra, sistematizar a água e alimentar o solo;
• Ver soluções e não problemas;
• Trabalhar onde conta (plantar uma árvore onde irá sobreviver; auxiliar pessoas que queiram aprender).


DESIGN PERMACULTURAL

Ao sistematizar o arcabouço de conhecimentos da permacultura, Bill Mollison, reuniu muitos escritos de diversos autores. O que ele trouxe de sua autoria foi, principalmente, o sistema de design.
Usa-se a palavra Design, em inglês, porque não existe nenhuma palavra em português que, sozinha, dê o seu significado. Precisaríamos de uma série de palavras como: planejamento, desenho, projeto, para dar algum significado semelhante. A palavra que mais se aproxima do verdadeiro significado de design é “composição”.
Design, em permacultura, é um sistema de composição de diversos elementos, estruturais, vegetais, animais e sociais visando a criação de um ambiente integrado para a convivência sustentável de pessoas principalmente.


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

TETOS VIVOS: ISOLANTES TÉRMICOS NATURAIS


Teto vivo na Escola de Arte de Singapura



O que é um Teto Vivo?

Os Tetos Vivos são coberturas que substituem sistemas tradicionais como telhas cerâmicas, fibrocimento, metálicas, entre outras por uma área impermeabilizada e gramada.

Nesses tipos de cobertura a superfície utilizada pode ser laje impermeabilizada, forração em madeira, entre outras, seguindo coloca-se uma camada de drenagem com brita, argila expandida, geocomposto ou outro, depois manta geotêxtil ou areia, e por fim tapetes de grama com substrato. A composição de vegetação, ultima camada, pode ser apenas com gramíneas, como o capim chorão, esmeralda, etc., ou utilizando outras espécies, como a agapanto, orelha-de-rato, etc., numa composição paisagística.

A eficiência energética gerada a partir dessa coberta é incrível podendo diminuir em até 3 graus a temperatura interna do edifício em relação às coberturas convencionais, pois age como um isolante termo-acústico, garantindo economia e até dispensa de sistemas de climatização interna, conforto acústico, além da estética e contribuição para o microclima e o ar externo mais saudável, acumulando umidade e absorvendo CO2 da atmosfera.

O valor da implantação de um Teto Vivo é a partir de R$ 90 o m² dependendo da espessura, materiais utilizados e da composição de espécies, mesmo valor de uma cobertura em madeira e telha cerâmica. O mais caro de todo o sistema e camadas é a impermeabilização da superfície (primeira camada).



Vantagens dos Tetos Vivos

Vantagens apresentadas pela empresa gaúcha ECOTELHADO:

http://www.ecotelhado.com.br/

Qualidade do ar: Através da fotossíntese e da aderência dos poluentes ao substrato, os telhados verdes agem como purificadores do ar urbano. O telhado vivo é também um aprisionador de carbono.

Biodiversidade: Com o crescente desenvolvimento das cidades e de áreas rurais, espécies vegetais e animais têm sido expulsas de seu habitat natural. A cobertura vegetal ou telhado de grama é ferramenta fundamental para a sobrevivência e continuidade da manutenção da vida no conceito urbano que se forma a partir de agora. O telhado ecológico é a solução para cidade moderna.

Acústica: O teto verde diminue a reverberação ao absorver e isola ruídos.

Conforto Térmico: O telhado verde proporciona excelente conforto ambiental, pois além do isolamento térmico, ele age por evapo-transpiração, perdendo a energia de evaporação da água por ele retida. O telhado vivo também consome energia pela fotossíntese.

Ilhas de calor: Pela evapo-transpiração auxilia no arrefecimento de centros urbanos. A continuidade dos telhados ecológicos na cidade influi muito significativamente para o conforto ambiental das áreas mais urbanizadas.

Arquitetônica: O telhado ecológico aparece como tendência arquitetônica em um ambiente urbano saturado de concreto, metal e vidro, fazendo um contraponto de cor, vida e renovação. Nova opção de design para indústrias, residências e fachadas devido à variedade de plantas e folhagens possíveis. Cria visual paisagístico em um espaço antes inutilizável. Fácil de instalar, prático e inteligente, totalmente integrado na paisagem. Os telhados verdes ao invés de disputar com a natureza, a usam em benefício da cidade.

Aquecimento Global: O telhado verde diminui significativamente a necessidade de energia para climatização de ambientes, contribuindo assim para a diminuição de emissão de CO2 e de suas conseqüências.

Proteção do prédio: A cobertura vegetal em um prédio elimina a concentração de calor evitando a dilatação e protegendo o prédio contra trincas. O substrato absorve também as chuvas ácidas. Estes dois fatores elevam a vida útil da construção.

Pluvial: Pela retenção de água e diminuição do fluxo a laje vegetada contribui de forma muito significativa no escoamento de água da chuva conforme pode se constatar no estudo do IPH.

Psicológica: O ser humano reage positivamente a espaços naturais verdes, opondo-se a aridez do concreto e do asfalto. Aumenta o senso de comunidade. Pesquisas apontam a rapidez de curas em hospitais onde os pacientes tem a oportunidade de entrar em contato com áreas verdes. O telhado de grama ou ecológico é a realização da utopia de viver em meio à natureza mesmo cercado de prédios.

Lazer: No caso de laje plana o telhado de grama se transforma em uma área de lazer.

Produção de Alimentos: A cobertura verde pode ser aproveitada para horticultura com grandes vantagens principalmente no caso de projetos de casas populares. A produção de alimentos próxima ao consumo, tem sido apontada com elemento de sustentabilidade na idealização da cidade do futuro.

Benefício Educacional: O telhado ecológico é a metáfora da sustentabilidade com efeito pedagógico para gerações futuras sendo, portanto, a cobertura ideal para prédios institucionais e escolas.


Camadas de um teto vivo - Sistema ECOTELHADO



Casa com teto vivo



Peso próprio

Ensaios mostram que o peso próprio de um Teto Vivo varia de 96,33 kg/m² seco (substrato "desidratado") até cerca de 285,42 kg/m² saturado (substrato umidecido à exaustão, isto é, até atingir o seu ponto de saturação).

Este valor para o seu peso próprio é, dependendo de cada projeto, aceitável, pois facilitaria a instalação do telhado verde em edifícios que, por ventura, já possuissem cobertura de laje pré-moldada ou de concreto. Apenas sendo necessário verificar se a estrutura (alicerce, parede, estrutura e estrutura de telhado) suporta essa sobrecarga exercida pela cobertura verde e, além disso, se a laje existente está devidamente impermeabilizada.




Porque usar Tetos Vivos em Teresina?!

Teresina é uma cidade que apresenta clima tropical sub-úmido, caracterizada principalmente pelo clima quente e úmido do primeiro semestre, com fortes chuvas e precipitações, e quente e seco no segundo semestre, com mínimas precipitações, elevadas temperaturas e baixa umidade relativa do ar.

Essas condições, críticas principalmente no segundo semestre, afetam bastante a vida dos teresinenses, que sofrem com a forte sensação térmica do calor e baixa umidade no dia a dia. Condições estas acentuadas pelas grandes áreas pavimentadas na cidade, crescente presença de aparelhos climatizadores de ambientes internos, que por sua vez emitem muito calor e CO2 aquecendo o ar externo, edifícios sem qualquer tratamento com proteção térmica e materiais que absorvem muito calor, entre outros.


Oficina de toto vivo em teresina-PI (Casa Anderson)


Oficina de toto vivo em teresina-PI (Casa Anderson)