sábado, 27 de fevereiro de 2010

Eu vou de BIKE!



Porque incentivar o uso da bicicleta em Teresina?

Teresina é uma cidade que apresenta clima tropical sub-úmido, caracterizada principalmente pelo clima quente e úmido do primeiro semestre, com fortes chuvas e precipitações, e quente e seco no segundo semestre, com mínimas precipitações, elevadas temperaturas e baixa umidade relativa do ar.
Essas condições, críticas principalmente no segundo semestre, afetam bastante a vida dos teresinenses, que sofrem com a forte sensação térmica do calor e baixa umidade no dia a dia, assim dificultando a escolha entre um veículo mecânico automotivo, com ar-condicionado, proteção contra a chuva, assentos confortáveis, som, entre outras vantagens, e um transporte público, geralmente lotado e com assentos desconfortáveis, ou uma bicicleta, com assento às vezes desconfortável para percorrer longas distâncias e sem proteção contra o calor e chuvas, além do fato de não haver ciclovias de qualidade na cidade. Mas as coisas não são tão simples assim!
Em Teresina o consumo de carros cresce 7,8% ao ano e de motos, 18,7% enquanto a taxa de crescimento populacional é de 1,2%, por tanto estamos em um processo de saturação no transito pelo mar de carros cada vez maior nas ruas da cidade e isso já é sentido atualmente pelos cidadãos. Não importa as ações para melhorar o transito investindo em espaço para os carros privados, pois esse veículo é inviável para as cidades e esse caos real, mundialmente falando, é o principal incentivo ao transporte sustentável urbano, que tem como principais representantes o metrô e a bicicleta, essa última bem mais viável e econômica para o cidadão e administradores urbanos.



Os carros necessitam de um espaço muito maior para se locomover e como resultado temos seu domínio nas vias urbanas e a exclusão dos pedestres, ruas alargadas e calçadas cada vez menores e a solução para o transito não chega. A solução não é por aí!
Em carros privados consegui-se locar 2.000 pessoas em 3,5 m², já em trens esse número aumenta para 22.000 pessoas na mesma metragem e de bicicleta, em torno de 10.000pessoas, uma economia de espaço considerável.
O investimento em uma cidade com bicicletas e pedestres garante maior eficiência na prestação de serviço e diminuição dos espaços desta, conseqüentemente, economia nas instalações de água, esgoto, energia, etc., melhor aproveitamento dos espaços edificados, maior segurança pela diminuição da velocidade dos veículos nas vias urbanas, retomada dos espaços públicos pelas pessoas pela menor necessidade de espaço para locomoção e potencialização das relações comunitárias. Só benefícios!






Outras questões importantes do investimento em bicicletas urbanas é a viabilidade econômica. Por exemplo, uma pesquisa realizada na Europa afirmou que um consumidor com carro privado gasta 78 euros em produtos (indo uma vez), já um consumidor com bicicleta compra 33 euros em produtos por causa do pequeno espaço disponível no veículo, mas esse último vai à loja mais de uma vez e acaba comprando mais produtos que o consumidor usando carro. A pesquisa também afirma que um pedestre consome 31 euros, mas também vai mais de uma vez. Nesse sentido o Rio de Janeiro é uma das cidades brasileiras que já possui normatização para implantação de bicicletódromos nos shoppings. É uma questão de visão de futuro, mobilidade eficiente, recuperação do senso de comunidade e conceito de cidade sustentável de pequenas distâncias.





Assim percebe-se que o fato de usar bicicleta nas cidades é mais que uma questão de saúde, pois uma cidade com muitos ciclistas possui cidadãos mais saudáveis e investe menos com a saúde pública, mas um fator de transformação urbana, quebrando o sistema tradicional de mobilidade e fazendo surgir um sistema de mobilidade sustentável priorizando o ciclista e o pedestre, por tanto, os “menos favorecidos” nos espaços públicos. E em Teresina, que é uma cidade predominantemente plana, e partindo do fato de que em quase todos edifícios para os quais nos locomovemos existe algum meio de climatização, facilitando o equilíbrio térmico corporal em pouquíssimo tempo, o uso de bicicleta como meio de locomoção no dia-a-dia é perfeitamente viável e o conseqüente crescente investimento em ciclovias de qualidade, arborização urbana e espaços para a bicicleta, equilibra a balança e torna mais complexa a escolha: “Quero uma cidade para poucos, para muitos ou para todos?”, ou seja, “Vou de carro, de ônibus ou de bicicleta?”

Pense um pouco.




2 comentários:

  1. Teresina é uma cidade pequena, se você quiser pode fazer tudo de bicicleta, o que atrapalha mesmo é o sol e falta de ciclovias.Mas seria muito bom ir e vir de bike, pense no dinheiro que nós pouparíamos e ainda por cima a natureza agradeceria, ou seja, uma parceria sustentável.

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  2. Anderson, a ideia o apoio merecem um destaque muito maior. Gostei muito do texto. Um boné a mais, uma bicicleta na rua, a cidade vai mudando pra melhor. O fato de ser uma cidade plana é uma megavantagem.

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